O casco é o corpo do tambor e pode ser feito de vários materiais, mas o mais utilizado é madeira mesmo. Na década de 70 a Ludwig lançou o modelo Vista-Lite, todo em acrílico, que fez muito sucesso, mais pelo efeito visual q pela sonoridade. A Gope, no Brasil lançou também sua versão de acrílico, na década de 80. Existem cascos em aglomerado e em diversos tipos de compósito, em especial de fibra de carbono. A madeira é o material preferido para a confecção de cascos devido a suas propriedades acústicas, principalmente a projeção e seletividade de frequências. O casco é responsável pelo timbre e "profundidade" do som do tambor. Ao tocar a pele, o casco ressoa com ela e resulta no som final do tambor. Tambores de melhor qualidade tem cascos compostos de madeiras que ressoam melhor que tambores mais baratos. Para entender melhor o papel dos cascos, experimente retirar as peles de um tambor e tocar no casco (suspenso) com uma baqueta de feltro. O casco tem sonoridade própria !
A função do material do casco é fundamentalmente ressoar com o toque da pele. A maneira como ocorre esta interação é que determina o timbre do tambor. Tambores de grande massa (seja densidade ou espessura) necessitam mais força para obter boa ressonância e tendem a ter menor volume. Madeiras mais densas respondem melhor a frequencias altas e tem timbre mais brilhante. Madeiras um pouco menos densas respondem a frequencias mais baixas e resultam em timbre mais encorpado. Quando a densidade cai muito, o tambor começa a perder características de ressonância e volume. A densidade mais próxima do ideal (na verdade, isso vai muuito de gosto) infelizmente é resultado de um crescimento lento da árvore. Em geral, árvores que crescem rápido fornecem madeira de baixa densidade e pouca ressonância, em se tratando de cascos de tambor. Alguém conhece baterias feitas de eucalipto ? No Brasil, as árvores de crescimento lento mais utilizadas para baterias de qualidade são o pinho de araucária, a Imbuia (usadas na Odery), a Bapeva (usada na RMV Concept e parcialmente na Road Up) e o Cedro rosa (Luthier, Maxter, Adah). Nos USA, todos sabemos que Maple e Birch são as madeiras de escolha para tambores de alta qualidade. São tb arvores de crescimento lento, nativas dos USA. O Mogno (mahogany) Africano tem (dizem, nunca ouvi) o timbre mais encorpado de todas. O preço destas madeiras é alto principalmente pela sua relativa raridade (a extração de mogno africano está à beira da ilegalidade) e políticas de proteção ambiental. Além disso, há alto custo em fretes intenacionais. Se fosse possível vender maple, mogno, araucária, etc. barato, logo estas árvores estariam extintas. A solução para obter um som razoável foi combinar madeiras de baixo custo com madeiras de médio custo (incluidos no custo estão frete internacional, impostos, custo de extração, taxas ambientais, etc). A Pearl e as demais fábricas japonesas encontraram uma solução no chamado Mogno filipino (Philippine Mahogany). Esta árvore não tem nada a ver com mogno e é também conhecida como Lauan. As Pearl Export e Forum até 2001 foram produzidas com esta madeira e a partir daí, em Poplar, que tem características acusticas semelhantes, mas permite melhor acabamento (laqueado). Mais recentemente, o basswood substituiu o poplar na linha Vision, que substituiu a Export. Outros fatores que contribuíram para baixar o custo é a mão de obra local barata.
Já os cascos "top" são produzidos com madeiras selecionadas e produzidos de maneira quase artesanal, com cuidadosa seleção e aposição das lâminas de madeira. A DW Collector, por exemplo, é produzida em 100% maple selecionado. Seus cascos são finos, com anéis de reforço, o que resulta em um som encorpado e controlado com excelente projeção.
Em relação à dimensão dos tambores e sua afinação, cada tambor apresenta uma tessitura, que é determinada por suas dimensões e pelas características do material em que é fabricado. A tessitura de um tambor pode ser entendida como o intervalo de frequências em que o casco tem maior ressonância com a pele. Assim, ao afinar seu tambor, é recomendável que procure fazê-lo dentro da tessitura dele. Ao se afinar acima ou abaixo da tessitura, o som fica diferente, com menos "corpo". Ao golpear a pele de ataque ("batedeira"), é gerada uma vibração nela que se propaga através do ar dentro do tambor e atinge a pele de resposta, que também vai vibrar. Essa vibração se propaga de volta para a batedeira e assim por diante. Uma boa parte da propagação também sai diretamente para fora do tambor, tanto pela batedeira, como pela resposta. A combinação de todas estas ondas interage com o casco, que também vibra segundo suas características físicas. O som que ouvimos é resultante da interação das ondas que se propagam desta maneira. Tambores mais rasos fazem com que o tempo entre a vibração na batedeira e resposta seja mais curto, e é necessário menos deslocamento do ar durante a propagação das ondas dentro do tambor. O som resultante tem um ataque mais rápido e brilhante, e o tambor "fala" mais alto, com menos esforço. Em tambores mais profundos, há um maior volume (cm3) de ar a ser "agitado", e o tempo para a resposta ressoar após o toque da batedeira é maior. Isso exige maior esforço do baterista, mas o som resultante é mais "gordo" e encorpado. Tambores maiores acabam tendo um volume (pressão sonora) final mais alto que os menores, mas à custa de maior esforço. Isso significa que quando mais profundo o tambor, maior sua resposta dinâmica. Note que não falei em "grave" ou "agudo". Isso é característica de afinação. Diâmetros maiores resultam em tessituras mais graves, portanto em sons mais graves. Diâmetros menores fazem o contrário. De um modo geral, quanto maior o volume (cm3) de um tambor, mais grave será sua tessitura, mas maior será sua resposta dinâmica e volume sonoro (pressão sonora).
Identificar a tessitura de seu tambor requer um pouco de ouvido. O modo mais fácil é remover a pele de resposta, afinar a batedeira o mais "solta" possível e começar a bater. Vá subindo a afinação com 1/4 de volta de cada parafuso (afinação cruzada). Vai chegar um ponto em que o tambor vai deixar de ter um som de pote de plástico e começar a soar como um tambor. Esse é ponto mais grave da tessitura. Continue subindo a afinação. Vai chegar a um ponto em que dá a impressão que o som ficou muito "seco" ou "plastificado" (descrever som com palavras é difícil...) Esse é o ponto logo acima do final alto da tessitura. Volte a afinação para a zona de melhor ressonância (dentro da tessitura); remova o tom da estante e coloque sobre um tapete; toque a batedeira, bem no centro: esse som é o harmônico fundamental da sua afinação; coloque a resposta e a afine o mais próximo possível do tom da batedeira, com o tambor ao contrário (a batedeira sobre o tapete). Monte o tom na estante e divirta-se. Depois de ter o ouvido mais treinado, dá pra achar a tessitura sem desmontar o tambor, é só ir mexendo na afinação. O treino do ouvido é necessário pra se distinguir o harmônico fundamental no meio de todas as ressonâncias de um tambor montado. Nada impede que você afine seus tons fora da tessitura, isso é uma opção como outra qualquer. O que acontece é que quando você respeita as tessituras dos tambores na sua afinação, eles soam melhor em conjunto.
A função do material do casco é fundamentalmente ressoar com o toque da pele. A maneira como ocorre esta interação é que determina o timbre do tambor. Tambores de grande massa (seja densidade ou espessura) necessitam mais força para obter boa ressonância e tendem a ter menor volume. Madeiras mais densas respondem melhor a frequencias altas e tem timbre mais brilhante. Madeiras um pouco menos densas respondem a frequencias mais baixas e resultam em timbre mais encorpado. Quando a densidade cai muito, o tambor começa a perder características de ressonância e volume. A densidade mais próxima do ideal (na verdade, isso vai muuito de gosto) infelizmente é resultado de um crescimento lento da árvore. Em geral, árvores que crescem rápido fornecem madeira de baixa densidade e pouca ressonância, em se tratando de cascos de tambor. Alguém conhece baterias feitas de eucalipto ? No Brasil, as árvores de crescimento lento mais utilizadas para baterias de qualidade são o pinho de araucária, a Imbuia (usadas na Odery), a Bapeva (usada na RMV Concept e parcialmente na Road Up) e o Cedro rosa (Luthier, Maxter, Adah). Nos USA, todos sabemos que Maple e Birch são as madeiras de escolha para tambores de alta qualidade. São tb arvores de crescimento lento, nativas dos USA. O Mogno (mahogany) Africano tem (dizem, nunca ouvi) o timbre mais encorpado de todas. O preço destas madeiras é alto principalmente pela sua relativa raridade (a extração de mogno africano está à beira da ilegalidade) e políticas de proteção ambiental. Além disso, há alto custo em fretes intenacionais. Se fosse possível vender maple, mogno, araucária, etc. barato, logo estas árvores estariam extintas. A solução para obter um som razoável foi combinar madeiras de baixo custo com madeiras de médio custo (incluidos no custo estão frete internacional, impostos, custo de extração, taxas ambientais, etc). A Pearl e as demais fábricas japonesas encontraram uma solução no chamado Mogno filipino (Philippine Mahogany). Esta árvore não tem nada a ver com mogno e é também conhecida como Lauan. As Pearl Export e Forum até 2001 foram produzidas com esta madeira e a partir daí, em Poplar, que tem características acusticas semelhantes, mas permite melhor acabamento (laqueado). Mais recentemente, o basswood substituiu o poplar na linha Vision, que substituiu a Export. Outros fatores que contribuíram para baixar o custo é a mão de obra local barata.
Já os cascos "top" são produzidos com madeiras selecionadas e produzidos de maneira quase artesanal, com cuidadosa seleção e aposição das lâminas de madeira. A DW Collector, por exemplo, é produzida em 100% maple selecionado. Seus cascos são finos, com anéis de reforço, o que resulta em um som encorpado e controlado com excelente projeção.
Em relação à dimensão dos tambores e sua afinação, cada tambor apresenta uma tessitura, que é determinada por suas dimensões e pelas características do material em que é fabricado. A tessitura de um tambor pode ser entendida como o intervalo de frequências em que o casco tem maior ressonância com a pele. Assim, ao afinar seu tambor, é recomendável que procure fazê-lo dentro da tessitura dele. Ao se afinar acima ou abaixo da tessitura, o som fica diferente, com menos "corpo". Ao golpear a pele de ataque ("batedeira"), é gerada uma vibração nela que se propaga através do ar dentro do tambor e atinge a pele de resposta, que também vai vibrar. Essa vibração se propaga de volta para a batedeira e assim por diante. Uma boa parte da propagação também sai diretamente para fora do tambor, tanto pela batedeira, como pela resposta. A combinação de todas estas ondas interage com o casco, que também vibra segundo suas características físicas. O som que ouvimos é resultante da interação das ondas que se propagam desta maneira. Tambores mais rasos fazem com que o tempo entre a vibração na batedeira e resposta seja mais curto, e é necessário menos deslocamento do ar durante a propagação das ondas dentro do tambor. O som resultante tem um ataque mais rápido e brilhante, e o tambor "fala" mais alto, com menos esforço. Em tambores mais profundos, há um maior volume (cm3) de ar a ser "agitado", e o tempo para a resposta ressoar após o toque da batedeira é maior. Isso exige maior esforço do baterista, mas o som resultante é mais "gordo" e encorpado. Tambores maiores acabam tendo um volume (pressão sonora) final mais alto que os menores, mas à custa de maior esforço. Isso significa que quando mais profundo o tambor, maior sua resposta dinâmica. Note que não falei em "grave" ou "agudo". Isso é característica de afinação. Diâmetros maiores resultam em tessituras mais graves, portanto em sons mais graves. Diâmetros menores fazem o contrário. De um modo geral, quanto maior o volume (cm3) de um tambor, mais grave será sua tessitura, mas maior será sua resposta dinâmica e volume sonoro (pressão sonora).
Identificar a tessitura de seu tambor requer um pouco de ouvido. O modo mais fácil é remover a pele de resposta, afinar a batedeira o mais "solta" possível e começar a bater. Vá subindo a afinação com 1/4 de volta de cada parafuso (afinação cruzada). Vai chegar um ponto em que o tambor vai deixar de ter um som de pote de plástico e começar a soar como um tambor. Esse é ponto mais grave da tessitura. Continue subindo a afinação. Vai chegar a um ponto em que dá a impressão que o som ficou muito "seco" ou "plastificado" (descrever som com palavras é difícil...) Esse é o ponto logo acima do final alto da tessitura. Volte a afinação para a zona de melhor ressonância (dentro da tessitura); remova o tom da estante e coloque sobre um tapete; toque a batedeira, bem no centro: esse som é o harmônico fundamental da sua afinação; coloque a resposta e a afine o mais próximo possível do tom da batedeira, com o tambor ao contrário (a batedeira sobre o tapete). Monte o tom na estante e divirta-se. Depois de ter o ouvido mais treinado, dá pra achar a tessitura sem desmontar o tambor, é só ir mexendo na afinação. O treino do ouvido é necessário pra se distinguir o harmônico fundamental no meio de todas as ressonâncias de um tambor montado. Nada impede que você afine seus tons fora da tessitura, isso é uma opção como outra qualquer. O que acontece é que quando você respeita as tessituras dos tambores na sua afinação, eles soam melhor em conjunto.